Em tempos de incerteza na busca pela empregabilidade ou recolocação profissional, muitas pessoas encontram barreiras e acabam se vendo diante de um grande obstáculo na busca pelo retorno ao mercado de trabalho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o desemprego no Brasil atingiu a taxa de 12,7% em 2017, a maior desde 2012. São mais de 12 milhões de brasileiros desempregados.

Quando surge este tipo de impasse, vários caminhos podem ser tomados: muitas pessoas buscam alguma forma de se recolocar no mercado de trabalho de forma tradicional, procurando novas oportunidades em sua área de atuação anterior ou se qualificando para atuar em uma nova área; outras se veem sem saída (algumas podem até entrar em depressão) e buscam um novo caminho: o empreendedorismo. No entanto, a entrada neste setor pode ocorrer de forma aleatória, sem planejamento, sem estudo sobre o que realmente fazer, como investir.

Em 2016, o desemprego, somado a outros fatores, fizeram com que eu decidisse mudar meu foco profissional para o setor de empreendedorismo. Participei da aula inaugural na pós-graduação em Empreendedorismo e Negócios Sociais e passei a fazer parte da organização do Meetup de Empreendedorismo Social de Curitiba, um movimento cívico voluntário criado para reunir mentes abertas ao diálogo e ao pensamento coletivo. Discutimos e elaboramos, juntos, estratégias e ideias que possam transformar a sociedade.

Essas experiências mostraram o quanto é importante conhecimento e aperfeiçoamento para quem deseja empreender. O empreendedorismo social surge como uma peça central, pois pode unir iniciativas das mais diversas áreas na busca desta afirmação ou reafirmação no mercado de trabalho, e ainda pode encontrar formas de apoiar outras pessoas que buscam recolocação e capacitação profissional, ou mesmo promover a geração de renda.

Para facilitar as diversas ações a quem opta pelo empreendedorismo social, surgem entidades e iniciativas privadas dispostas a fomentar e fortalecer o bem social, que não significa necessariamente serem filantrópicas. Dentre os exemplos, podemos citar a Aliança Empreendedora, que tem foco específico no empreendedor oferecendo capacitações online e presenciais, além de formar multiplicadores para replicar suas metodologias para quem quer empreender. Além disso, executa projetos como o “Empreendedorismo na Comunidade”.

Há também o Projeto Legado, programa oferecido pelo Instituto Legado de Empreendedorismo Social que, em cinco edições, já capacitou 100 instituições e iniciativas sociais nas mais diversas áreas, seja organização da sociedade civil (OSC) ou negócio social. Ao longo de um ano, os empreendedores sociais recebem aulas como gestão de projetos, sustentabilidade financeira e comunicação. A sexta edição está com as inscrições abertas e pode ser uma grande oportunidade para se desenvolver.

Iniciativas como essas desmistificam o empreendedorismo, democratizam o conhecimento e mostram que qualquer pessoa pode empreender, basta ter foco e vontade de buscar o conhecimento contínuo.

*Artigo escrito por Álvaro Fernando Lagos, administrador de empresas com habilitação em Comércio Exterior e especialização em Mudanças Climáticas. Foi diretor da OSC Ecosustentável; co- gestor do Projeto “Empreendedorismo na Comunidade” e, atualmente, é coordenador de inscrições do Projeto Legado 2018, no Instituto Legado de Empreendedorismo Social, que é parceiro do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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