AGENESIA DE MÃO
Uma condição física que não define uma pessoa,
nem a diferencia: apenas a acompanha
Um pouco de história
Meu nome é Geane Poteriko. Sou professora da Rede Estadual de Educação do Paraná desde 2008 e criei esta página para compartilhar um pouco de minha história, em especial nesses últimos anos. Acredito que muitos pais e mães passaram por um pouco do que vou compartilhar aqui, e por isso aqui escrevo.
Já adianto que esta história vem se modificar totalmente com a chegada de um presente que mostrou o quanto a vida vale a pena, e como tudo o que um dia esperamos pode ser muito melhor quando recebemos.
O nome deste presente: uma linda bebezinha chamada Dara.
E... Esta página foi nomeada como "Agenesia de Mão" porque parte desta história recebe uma revelação relacionada a esta condição física: Agenesia.
Como escrevo logo acima, a agenesia não vem a definir uma pessoa, e muito menos pode diferenciar alguém dos muitos outros. Na verdade, a agenesia acompanha alguém por toda a sua vida, de uma forma única e especial. Diferentemente linda.
Então, vamos começar de um início justificável: Nasci e cresci em uma pequena cidade do interior do Paraná: São João do Ivaí (foto ao lado).
Yeah! Já existe no mapa paranaense! :-) rsss
Mas São João do Ivaí é realmente uma cidade muito pequena, um município em desenvolvimento que vem gradativamente melhorando e oferecendo novas oportunidades a seus conterrâneos. Local propício para os jovens estudarem e se formarem, mas infelizmente muitos precisam ir embora para trabalhar nas capitais e grandes centros urbanos (assim como eu e meus irmãos tivemos que fazer!).
Aos 15 anos, decidi cursar o Magistério e já no primeiro ano de curso comecei a dar aulas particulares. Depois, fui voluntária pelo Projeto Amigos da Escola, em minha primeira experiência docente na rede estadual de ensino; após, consegui emprego em um Centro de Educação Infantil particular, e com essas funções e as aulas individuais a alunos particulares, consegui pagar minha graduação em Letras Português/Inglês, com o apoio de meus pais. Assim é a vida das famílias humildes que desejam estudar seus filhos.
Após me formar na faculdade (em 2007), passei no Concurso Público para Professor, mudei-me para Curitiba, comecei a dar aulas como professora PSS (contrato temporário) até o Governo do Estado fazer minha nomeação no Quadro Próprio do Magistério, que só ocorreu em 2012. Até lá, trabalhei em muitos colégios estaduais na Área Metropolitana Norte de Curitiba... Dura vida de professora PSS: receber salário inicial, acordar de madrugada, utilizar vários ônibus, almoçar marmita requentada... E assim foi: com anos de trabalho, consegui minha casa e constituí uma família. Tudo com muito esforço e suor de uma professora em início de carreira.
E de repente, uma notícia que modificou toda a minha existência: eu estava grávida!
Aqui abro um parênteses nesta abreviada trajetória...
Relembrando alguns conflitos
O que veio em minha mente é uma lembrança interessante para mim.
Na época em que decidi ser PROFESSORA, eu trabalhava na Prefeitura Municipal de São João do Ivaí no Setor de Licitação como Pregoeira Municipal. Era um cargo de confiança, eu elaborava os editais de compras do município e era responsável por cada processo licitatório. Por certo tempo (de 2005 a 2007), eu me dediquei exclusivamente aos processos licitatórios, e inclusive fiz inúmeros cursos na área de Elaboração de Editais de Processos Licitatórios, Modalidades de Licitação, Pregão Presencial e Eletrônico, etc.
Meu objetivo: não precisar mais dar aulas...
Porque, depois de lecionar por 7 anos consecutivos e tendo várias tias e primas professoras na família, sei o quanto é grande a luta do profissional da educação, em oposição às dificuldades do dia a dia e a falta de valorização ao profissional do Magistério.
Assim... Lembro que me formei em Letras Português/Inglês quase que por obrigação e cobrança de minha família. Como já disse anteriormente, eu havia trabalhado como professora particular e docente da rede particular de ensino por 7 anos, comecei a dar aulas com 15 anos e desde esta época tinha dúvidas imensas sobre a valorização do professor na sociedade... Assim como tenho hoje!
DETALHE: Enquanto minhas amigas adolescentes "brincavam" cada vez mais de ser MÃES, eu "brincava" de ser PROFESSORA, estudando Magistério e dando aulas desde muito cedo, a partir dos 15 anos. Hoje, sou mãe e tenho 31 anos, e penso que gostaria de não ter "brincado" tão cedo e talvez seguido outra profissão. AMO LECIONAR, mas a desvalorização do professor pelos alunos, pais e sociedade em geral é desmotivante...
Lembro ainda que, em certo período durante minha graduação, a grande decepção com o curso de Letras, a realidade educacional e o meio acadêmico na época me levaram a grandes dúvidas, assim decidi parar por um momento: tranquei meu curso por um ano e meio e somente depois de muito refletir retornei com o objetivo de me formar. E assim o fiz: consegui meu diploma.
Contudo, apenas voltei à faculdade porque eu prometi a mim mesma que me formaria, sim, mas não voltaria para a sala de aula. Eu já trabalhava no Setor de Licitação na Prefeitura de São João do Ivaí e não pensava em voltar para o contexto escolar. Meu foco naquele momento de minha vida era ter um diploma de graduação.
Portanto, tornei-me professora ... sem confiar muito nesta minha escolha.
Mas bastou eu concluir a graduação e chegar no último módulo de aula da pós graduação que a dúvida bateu forte. Por que não lecionar novamente, se minha mãe dizia que esse era o meu "dom"? Por que a sala de aula me fazia tanta falta? Por que não ser professora, e deixar de cumprir o juramento que fiz em minha formatura:
JURAMENTO DE LETRAS
'Solenemente eu juro
no desempenho de minhas funções de Educador
transmitir com lealdade, integridade e honestidade
os ensinamentos humanos e científicos
que façam dos jovens a mim confiados
profissionais e cidadãos conscientes e responsáveis.
Se criar 'Homens' eu conseguir
sentir-me-ei realizado.
Juro incuti-lhes o amor a Deus,
ao próximo
e a Nação
que os abriga.
Assim eu juro."
De volta à maternidade
Ressalto que apenas mencionei as informações acima para que todos que conhecerem esta história conheçam também um pouquinho de mim, quem realmente eu sou, e também quem eu era, antes de descobrir que acima de qualquer coisa - diploma, profissão, conflitos, decisões - está a grandiosidade de ser MÃE.
Assim, após descobrir que estava grávida, minhas prioridades mudaram. Minha vida mudou. Tal como a de todas as mulheres/mães.
No entanto, o que gostaria de destacar é a mudança também trazida pela descoberta de uma condição física em minha filha que não havia sido diagnosticada durante a gestação: a agenesia de mão. Após o nascimento de Dara, os médicos viram que minha bebezinha veio ao mundo sem a mãozinha direita. Na verdade, há o início de uma mão, com munheca e alguns dedinhos bem pequeninos, mas não é uma "mão completa".
Nessa hora, muitas coisas passam pela cabeça de uma mãe. A primeira delas: O QUE ACONTECEU?
Depois: por quê? O que eu fiz de errado na gestação? O que causou esta condição? Como lidar com isso?
Perante as dúvidas, no entanto, o AMOR a esta "coisinha linda" e tão adorável que chega de forma tão abençoada permanece intacto. Mais do que isso: aumenta gradativamente. Questões como: "De que forma minha criança será tratada neste mundo que tanto aprecia as aparências?", ou "Como será seu futuro sendo diferente dos outros?" ganham destaque. O amor de mãe é permanente, incondicional, mas e a convivência social? E as "limitações"? Nesse momento, uma frase confirma que tudo é possível de uma forma totalmente inquestionável:
"O impossível
só existiu
até o dia que
inventaram
a superação"
Vamos agora conhecer um pouco mais sobre esta condição física.
O que é Agenesia?
Agenesia é a ausência completa ou parcial de um órgão e seu primórdio embriológico.
Agenesia de mão direita - Minha bebê com 1 dia de vida
Agenesia de mão direita: Nesse caso, há uma pequena munheca da palma da mão e alguns "dedinhos"
A agenesia é uma condição rara. No caso de minha filha, foi diagnosticada apenas após o nascimento.
A causa é o que se conhece como "Síndrome da Brida Amniótica", que em inglês é chamada de
ABS (Amniotic Band Syndrome), que ocorre em 1 a cada 15 mil nascimentos.
Uma condição rara, mas linda aos olhos de todas as mães... e de Deus.
"... mesmo ali a tua mão direita me guiará e me sustentará."
(Salmos 139:10)
HISTÓRIA DO NASCIMENTO DE DARA
Minha filha nasceu dia 12/12/13, no município de Ivaiporã, PR.
Uma menininha forte e saudável.
Nasceu com 3kg e 700gr, e 49cm de tamanho.
Ecografia em 20/11/2013 (Parto cesárea foi em 12/12/2013)
Dara é uma bebezinha calma, que dorme e mama bem, dificilmente chora.
É adorável! A amamentação vem sendo tranquila.
Hoje minha filha está com 4 meses e meio, e pesa 7 quilos e 100 gramas. Muito saudável!
Sobre o parto, a cesária foi tranquila, tudo correu bem. Lembro-me como se fosse hoje: na data anterior ao parto, fiz o internamento na maternidade, e no dia seguinte, no horário agendado, fui levada ao centro cirúrgico. Eu estava nervosa, afinal, nunca tinha passado por esta situação antes. O pediatra que acompanhava o parto começou a conversar comigo, em uma tentativa de me acalmar.Perguntou qual seria o nome da bebê, eu respondi: DARA. Logo surgiu o questionamento: "Por que esse nome? Qual o significado?" Expliquei que o nome foi escolhido pelo pai, significa "Coração da Sabedoria" e vem com a conotação de "dar a luz". Ou seja: será uma criança iluminada, que tratá luz a toda a família. Sorri quando o pediatra comentou que lembrou de uma música de Caetano VelosoEnquanto isso, a anestesia fazia efeito. Quando ouvi o choro de minha bebê, ouvi também o pediatra dizendo ao obstetra: "Você está vendo?". E o obstetra disse discretamente: "Sim". Nesse momento, não trouxeram minha filha de imediato para eu conhecê-la, mas sim levaram-na para o outro lado da sala. Eu fiquei apreensiva e perguntei ao obstetra o que estava acontecendo. Ele respondeu que não era nada nada, eu não precisava me preocupar, mas minha bebê havia nascido sem a mãozinha direita.
Eu levei um susto. Comecei a chorar e pedi que a trouxessem para mim. Ela foi examinada e o pediatra colocou-a ao meu lado, mostrou sua mãozinha minúscula, e levou-a novamente para outros exames. Eu não pude segurá-la, nem beijá-la, foi tudo muito rápido.
A única surpresa foi que a Dara nasceu com agenesia da mão direita, que não foi diagnosticada na gestação.
Os dedinhos não cresceram, mas há uma munheca e palma da mão (pequenininha).
O pediatra que fez o parto disse que é algo apenas estético, já que ela é muito espertinha e não possui nenhum problema neurológico ou de coordenação motora.
A surpresa mesmo (principalmente para o obstetra) foi porque esta agenesia não apareceu no exame morfológico (fiz com 20 semanas), nem mesmo nas ecografias que realizei durante o pré-natal.
Fiz o pré natal bem certinho. As primeiras consultas e vacinas eu fiz no Posto de Saúde de Colombo (SUS), continuei pelo plano de Saúde do professor (SAS) no Hospital da Cruz Vermelha, e como minha filha nasceu no norte do PR, em Ivaiporã, a partir do final do 8. mês transferi o pré-natal para lá.
Desse modo, fui em todas as consultas mensais, e cheguei a fazer algumas consultas extras: em Curitiba (pelo SAS), em Colombo (pelo SUS), até o 8. mês, e em Ivaiporã (a partir do 9. mês de gestação).
No último mês, o acompanhamento do pré-natal foi semanal, com ecografias em todas as visitas ao obstetra.
Esta ecografia foi a que definiu o sexo da bebê.
Até então, outros dois exames sugeriram que minha filha seria um menino (rss)
Devido ao pré natal ter sido feito adequadamente, tanto eu, quanto os médicos que participaram da minha cesariana ficaram "assustados" (surpresos) pela agenesia não ter sido detectada durante a gravidez, nem mesmo no EXAME MORFOLÓGICO feito em clínica pelo Plano de Saúde do Professor (SAS).
Eu questionei ao pediatra o motivo da agenesia, pois eu não tomei nenhum tipo de medicação, a não ser a que os obstetras e médicos que me atenderam durante a gestação receitaram.
O pediatra do parto comentou que há má formações resultantes das chamadas "bridas amnióticas", que são causadas por um processo que impede o normal desenvolvimento de uma extremidade, sendo que os mais atingidos são os dedos e a mão.
Pesquisei a respeito e li que estas bandas são resultado de "um processo cicatricial inter-corrente da membrana amniótica, que envolve o feto, contém e segrega o liquido amniótico onde ele vive". O pediatra que acompanhou o parto da Dara disse que esta pode ser uma possibilidade sim.
EXAME MORFOLÓGICO
- ATENÇÃO: "Pés e mãos identificados bilateralmente e em posições habituais"
Geane Poteriko -> Minha bebê Dara teve má formação na mão direita (agenesia) causada pelo rompimento de uma
banda (BRIDA AMNIÓTICA). Essa falha genética não apareceu nos exames durante a gravidez, nem mesmo na ECOGRAFIA MORFOLÓGICA. Levei um tombo no início da gestação, segundo os médicos essa pode ser a causa do rompimento da "banda" (brida amniótica). Minha bebê possui a munheca e a palma da mão, mas os dedinhos não cresceram, então estou correndo atras de um bom especialista (ortopedista) para fazer uma avaliação óssea nela e já começarmos a analisar a possibilidade de uma prótese (mão biônica). O caso dela não se resolve com plástica, é só intervenção cirúrgica mesmo, segundo os médicos pediatras que a examinaram.
Bem...
"A deficiência está nos olhos de quem vê"
-
Sei que esta agenesia é somente uma questão estética, já que minha bebê é uma menina linda e saudável, uma criança muito meiga e esperta. Mas, no papel de "mãe", penso que devemos procurar os melhores recursos e possibilidades a um(a) filho(a).
"A agenesia está no seu filho,
mas ela não é a identidade dele"
(Alessanra Rigazzo)
- 12/12/2014 - O primeiro dia de vida de Dara
- 12/12/2014 - Dara recém-nascida: o primeiro dia de vida
- 12/12/2014 - Dara no hospital
- 17/12/2014 - Dara com 5 dias de vida
- 18/12/2013 - Dara com 6 dias de vida
- 19/01/2014 - Dara com 1 mês e 7 dias
- 04/02/2014 - Dara com 2 meses e 24 dias
- 26/02/2014 - Dara com 2 meses e 14 dias
- 26/02/2014 - Dara com 2 meses e 14 dias
- 12/03/2014 - Dara no frioooo de Curitiba
- 10/04/2014 - Primeiro chá: Dara com quase 4 meses
- 31/03/2014 - Alegria e muita fofura...
LAUDO MÉDICO E RAIO-X
Laudo do Hospital Menino Deus
(Curitiba, Paraná)
Raio X – Recebido em 14/03 – Hospital Menino Deus (Alto da XV, Curitiba, PR)
Exame de Raio-x
"Deficiente" é aquele que não consegue
modificar sua vida, aceitando as imposições
de outras pessoas e da sociedade em que vive,
sem ter consciência de que é dono de seu destino"
(Ghandi)
HISTÓRICO DA GESTAÇÃO
Alguns dados de consultas emergenciais e do pré-natal
INFORMAÇÕES DOS PRONTUÁRIOS
Prontuários Médicos da Maternidade do Maracanã
(Colombo, Paraná)
Data: 09/07/2013 – Horário: 15:34h - SUS
Médico: Márcio José de Souza Almeida
(Ginecologia e Obstetrícia – CRM 15594-PR)
16,1 semanas (+ -) – PA 100/60
Diagnóstico: Constipação + Enxaqueca.
Data: 14/06/2013 – Horário: 16:21h - SUS
Médico: José Sebastião da Silva Neto
(Ginecologia e Obstetrícia – CRM 11029-PR)
Motivo do atendimento: Desmaio com queda, dor lombar.
17 semanas (+ -) – PA 110/60
Diagnóstico: Dor lombar.
Data: 18/06/2013 – Horário: 16:25h - SUS
Médico: Márcio José de Souza Almeida
(Ginecologia e Obstetrícia – CRM 15594-PR)
Motivo do atendimento: Diarreia e vômitos.
Procedimento: Consulta + medicação
(Paciente ficou em observação)
17,5 semanas (+ -) – PA 90/70
Diagnóstico: Dor lombar.
Data: 26/06/2013 – Horário: 11:11h - SUS
Médico: Ana Cláudia Afonso Ramos
(Ginecologia – CRM 219010)
Motivo do atendimento: Pressão Baixa, desmaio.
18,5 semanas (+ -) – PA 90/60
Data: 30/07/2013 – Horário: 10:30h - SUS
Médico: Narciso Rizzo Junior
(Ginecologia – CRM 14214)
Motivo do atendimento: Gripe e febre.
19,1 semanas (+ -) – PA 112/80
Prontuário do Posto de Saúde do Santa Tereza (SUS)
FICHA GERAL DE ATENDIMENTO
14/06/2013 – 30sem – PA: 100/60
D.V.M. 15/02/2013
BHCG+ - 06/06/2013
“Gravidez não planejada, fazendo uso de anticoncepcional via oral, engravidou. (...) Orientada sobre vacina e exame preventivo, relata que foi encaminhada para a Maternidade de Colombo devido a uma queda sofrida. Orientada a agendar consulta pré natal diretamente na Maternidade, até ter agendamento.”
10/07/2013 – 1ª Consulta na Unidade de Saúde com o médico.
30 semanas – PA: 110/60
Peso: 90kg
Anotações: Paciente queixa-se de dor lombar (devido à queda) e constipação.
Gostaria de ressaltar, ao concluir esta página, que tentei organizar algumas informações importantes.
Aos poucos, conseguirei escrever todo um "portfólio' com detalhes da gestação e novos exames de minha filha.
Uma coisa é certa: sou uma mãe a procura de ajuda para a filha.
Minha maior decepção é não ter descoberto durante a gestação esta agenesia de mão.
Apesar de (segundo os médicos) não haver possibilidades de intervenções no útero, lastimo pois ERA UM DIREITO MEU, enquanto gestante e mãe, ter todas as informações sobre a saúde de minha bebê em meu ventre.
Assim penso.
Meu contato é:
geane.gaps@gmail.com
- A luta está apenas começando...
"Somos o que fazemos,
mas somos principalmente
o que fazemos para mudar
o que somos".
(E. Galeano)
E, para finalizar, deixo uma linda mensagem sobre a maternidade... Abraços*
Geane Poteriko
São João do Ivaí, PR.
28/04/2014
SER MÃE...
De criança especial, de criança "normal", de bebês e crescidos... Enfim... ser mãe...
Mãe especial é assim:
escuta com o coração,
enxerga com a intuição,
fala com a emoção,
sente por antecipação,
ama sem condição.
Mãe é mãe ...
Ser pai é um pouco mais fácil.
Pai não carrega 9 meses dentro de si.
Não vomita, não vê sua pressão ir pras cucuias, não tem sua bexiga comprimida.
Pai não tem seu corpo invadido por um bisturi, não faz cesárea, não faz parto normal, não sangra 200 dias depois do parto, não fica louco com os hormônios, não fica com insegurança do mundo e medo de não segurar a bronca. Pai não vê seus seios sangrando pra alimentar o bebê, não vela o sono do bebê na madrugada, não passa a mão no narizinho dele 569 vzs por noite pra ver se está respirando. Pai não tira dúvidas no grupo de mães, não sofre com o corpo modificado no espelho, pai pode devolver pra mãe quando o bebê perde o fôlego de chorar. Pai pode continuar bebendo cerveja, pai pode voltar pro trabalho 5 dias depois do parto, pai não se retira da sociedade.
Pai tem uma retaguarda que se chama mãe.
É claro que pai é importante: muito importante.
Pai é tudo de bom.
Pai brinca, conversa, carrega, embala, dá banho, provê necessidades físicas e mentais, participa ativamente, mata um se preciso for.
Pai é bom, é gostoso, transmite segurança, ajuda pra caramba. Mata dois, se preciso for.
Mas mãe é diferente.
Mãe que é mãe tá acima do bem e do mal.
Mãe tem um quê de "autoridade espiritual" sobre seu bebê, mãe renuncia, mãe pede todo dia pra Deus interceder pelos seus filhos.
Mãe deixa os amigos, mãe fica em casa quando todos estão se divertindo.
Quantas vezes não toma banho, que luxo lavar o cabelo!
Mãe vive pra cria.
Pessoa boa é quem gosta do seu filho, lugar bom é o que você pode ir com seu bebê.
Comida boa é a que não dá cólica, promoção boa é a de fralda.
Mãe não tem um interesse maior que não seja pelo bem estar do seu filho.
Mãe sabe a data de cada vacina, mãe sofre com a febre, mãe se despedaça em mil com o choro.
Mãe "lambe sua cria", sobe no lustre pra ganhar uma risadinha, não assiste um jornal sem imaginar "meu Deus, e se fosse MEU filho!?"
Mãe enfrenta um exército...
de salto alto e de peito aberto!
Se todo o mais faltar,a mãe estará junto ao seu filho.
Mãe é MÃE...
"Simples" assim...
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Bridas Amnióticas
As malformações resultantes das bridas amnióticas resultam de um processo constritivo que impede o normal desenvolvimento de uma extremidade, sendo que os mais atingidos são os dedos e a mão. As bridas são "fitas" que envolvem os segmentos em desenvolvimento e impedem que cresçam e se formem normalmente por um efeito tipo garrote. Estas bandas resultam de um processo cicatricial inter-corrente da membrana amniótica (que envolve o feto, contém e segrega o liquido amniótico onde ele vive).
O Que é
A maioria das anomalias congênitas da mão é o resultado de malformação do feto, ou seja, um defeito no desenvolvimento da mão. A brida amniótica é conseqüência de traumatismo intra-uterino. Na literatura são encontrados vários sinônimos como: banda amniótica, fenda anular, displasia de Streeter, síndrome da constrição circular.
A etiologia vem sendo sugerida desde Hipocrates, citado por Flat, sugerindo que as bridas amnióticas poderiam pressionar o membro e provocar deformidade ou amputação. No século XVI, Van Helmont descreveu um caso de neo nato com amputação de um braço que ele pensava ser devido ao fato da mãe ter visto durante sua gravidez um soldado com braço amputado.
O que causa
Montgomery no século XIX foi o primeiro a sugerir que essas anomalias pudessem ser causadas por bridas intra-uterinas durante o desenvolvimento do feto.
Um século mais tarde Streeter proferia que a deformidade era causada no núcleo de crescimento do membro, tendo defendido ardorosamente por mais de três décadas, por isso a deformidade é conhecida também com o nome de displasia de Streeter. Em 1995 Torpin e Faulkner publicaram um artigo de uma criança nascida com o braço amputado e a parte amputada foi encontrada na membrana fetal, contrariando a teoria de Streeter e reintroduzindo o conceito de bridas amnióticas, o que foi provado por Kino6 em artigo publicado em 1975, onde num modelo animal em rato e efetuando amniocenteses em ratas grávidas de 15 dias.
As deformidades causadas por bridas amnióticas ocorrem de maneira randômica tendo sua incidência avaliada em várias publicações em 1:15.000 nascimentos. Não há um modelo de deformidade, as lesões são assimétricas e quando bilaterais há concomitâncias de envolvimentos nos pododáctilos e pés. A maior concentração de acometimento no membro superior é nas mãos. São normalmente acompanhadas com braquidactilia e outras anomalias nas mãos, como: sindactilia, Acrossindactilia, além de outras deformidades congênitas como fissuras labiais e palatinas. Flatt3 refere um acometimento na suas série de 80% da outra mão e anomalias associadas em outras séries variando de 40% a 60%.
Sinais e Sintomas
Em 1961 Patterson publicou artigo onde classifica em quatro grupos:
Grupo I - Anéis de constrição simples
Grupo II - Anéis de constrição acompanhada de deformidade distal com ou sem linfedema.
Grupo III - Anéis de constrição acompanhada de fusão da falange distal com acrossindactilia
Grupo IV - Amputações intra-uterinas
Diagnóstico
É na maioria da vezes evidente e pode se constituir uma urgência nos neo natos onde a brida circular pode por em risco a parte distal, causando uma amputação por falta de circulação. Em casos onde apresenta-se com dedos curtos, deve ser feito o diagnóstico diferencial com outros tipos de dedos pequenos - BRAQUIDACTILIA, onde uma das diferenças principais é a presença do complexo ungueal, ausente nos casos de BRIDA AMNIÓTICA.
Braquidactilia Brida Amniótica
Tratamento
Tipo 1 de Patterson - Os tratados clássicos da cirurgia plástica orientam o tratamento de exérese e zetaplastia em dois tempos. Em alguns casos pode ser realizado a exérese circunferencial e múltipla Zetaplastias. Com o advento da microcirurgia podem ser realizadas anastomoses venosas, facilitando o retorno venoso.
Flatt3 advoga uma Zetaplastia com ângulo de cerca de 60 graus e o mais largo possível. A exérese total e múltipla zetaplastia pode ser usada para as bridas mais superficiais. Upton e Tan3 recomendam colocar as zetaplastias nos lados radial e ulnar do dedo, e sutura reta nas faces dorsal e volar. Recomendam ainda separar a gordura do subcutâneo e fazer retalhos que preencherão o sulco.
Tipo 2 de Patterson - O tipo de envolvimento distal pode variar de linfedema de vários graus e cianose. Em muitos casos o edema e a cianose são tão graves que há indicação de cirurgia com urgência. Os princípios cirúrgicos são os mesmos para o tipo 1. Os retalhos ajudarão na drenagem linfática. Caso sejam encontradas veias dorsais de bom calibre poderão ser feitas anastomoses venosas o que melhorará rapidamente o retorno venoso. Na face volar, normalmente mais aderida, deverá haver um cuidado especial com os pedículos neuro vasculares. Pode haver necessidade de rotação de retalho para cobertura de elementos nobres. Esse retalho poderá ser em ilha reverso, baseado na rede arterial dorsal, dependendo do dedo em questão ou um tipo de cross finger.
Tipo 3 de Patterson – O maior desafio nesse grupo é de separar os dedos, pois eles normalmente estão bastante juntos e é difícil distinguir perfeitamente um do outro. Há indicação para cirurgia precoce uma vez que os dedos estando todos juntos a mão não poderá desenvolver normalmente. Quando liberados o crescimento será paralelo. Flatt advoga a cirurgia nos primeiros 6 meses de vida.
REFERÊNCIAS
SOS MÃO RECIFE - Rui Ferreira - Coeli Leite.
http://www.sosmaorecife.com.br/page18/page53/page74/page76/page76.html
Acesso em: 11/03/2014
ALGUNS TRATAMENTOS - IMPRESSORA 3D
Impressoras 3D são "fábricas de objetos";
veja o que é possível criar com elas
http://tecnologia.uol.com.br/album/2013/04/02/objetos-feitos-com-impressora-3d.htm#fotoNav=119
O norte-americano Jose Delgado, 53, ganhou uma prótese criada com uma impressora 3D feita por Jeremy Simon, empreendedor da 3D Universe. Ele nasceu sem uma parte da mão esquerda e usava uma prótese mioelétrica (que é acionada com impulsos elétricos), que custou US$ 42 mil (R$ 93 mil). Porém, ele passava por uma série de problemas como não conseguir dirigir ou usar a prótese em dias frios (segundo Delgado, ela fica imóvel). Já a prótese impressa em 3D custou US$ 50 (R$ 111) e funciona de forma totalmente mecânica.
Delgado diz que consegue dobrar todos os dedos da prótese e ter controles mais precisos
Publicado em 20/04/2014
For the full story: http://www.3duniverse.org/2014/04/19/...
I recently had the opportunity to work with a great guy named Jose Delgado, Jr., a 53-year old who was born without most of his left hand. I made a 3D printed prosthetic hand for Jose and, after using it for a while, I asked him to give me some honest feedback about how it compares to his more expensive myoelectric prosthesis. This is obviously not an "apples to apples" comparison in terms of the devices, but the real value of a prosthesis comes from how useful it is on a day-to-day basis, and that is the focus of the comparison here.
This 3D printed prosthesis is a completely mechanical design. There are a series of non-flexible cords running along the underside of each finger, connecting to a "tensioning block" on the top rear of the device (the "gauntlet"). The tension is caused by bending the wrist downward. With the wrist in its natural resting position, the fingers are extended, with a natural inward curve. When the wrist is bent 20-30 degrees downward, the non-flexible cords are pulled, causing the fingers and thumb to bend inwards. A second series of flexible cords run along the tops of the fingers, causing the fingers to return automatically when tension is released.
3D printers are coming down in price rapidly. As of today, you can get a self-assembly kit starting at around a few hundred dollars, and a fully assembled "prosumer" level printer is going for around $1000-$2000. In other words, this kind of technology is becoming very accessible, and it's opening up some very exciting possibilities!
A big thanks to the great work of those who contributed to the e-NABLE Hand prosthesis (aka the "Cyborg Beast"), including Jorge Zuniga, Frankie Flood, Ivan Owen, David Orgeman, and others in the e-NABLE community.
For more information, please visit:
http://3duniverse.org
https://www.facebook.com/3duniverse.org
http://enablingthefuture.org
https://www.facebook.com/enableorgani...
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