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A Oficina “Você = Eu” teve como objetivo discutir e analisar com os alunos alguns assuntos que fazem parte da sua convivência social e por esta razão circulam diretamente no ambiente escolar, influenciando comportamentos e atitudes diferenciadas. Diversidade, Violência na escola, Bullying, Preconceito e Homofobia foram alguns temas colocados em discussão.
A Oficina iniciou-se com vídeos produzidos pelos próprios alunos, preparados especificamente para o debate da temática “Você = Eu”, ou seja, a igualdade versus a diversidade entre os indivíduos. Assim, abordando a opinião dos alunos sobre o assunto e suas experiências em relação ao preconceito e à prática do bullying na escola, buscou-se mostrar um pouco do universo particular do estudante, uma aproximação para trazer os assuntos à sua realidade. Desse modo, o documentário “Pula 1 linha” e o vídeo “Você = Eu” chamaram a atenção dos participantes da Oficina e introduziram as discussões.
Após a exposição e discussão dos vídeos, os professores Bruno e Geane apresentaram os dados obtidos na pesquisa sobre Bullying, que foi aplicada no colégio com o objetivo de verificar a ocorrência de situações de discriminação e violência.
Em seguida, os professores discutiram e mostraram vídeos sobre a importância dada às aparências na atual sociedade e o posicionamento negativo da mídia com relação a este aspecto. Ao mesmo tempo, foi debatida o que significa a questão do “ser normal”. O que é normal? O que é ser diferente? Até que ponto o fato de “sermos diferentes” pode ser considerado bom ou ruim?
Para encerrar a Oficina, os professores falaram e mostraram vídeos com depoimentos reais de pessoas que sofreram discriminação, propagandas e campanhas publicitárias, além de experimentos com crianças que apresentam preconceito racial. Ainda no século XXI, paradoxalmente ainda encontramos problemas e situações de discriminação por causa de cor, mesmo sendo este país uma terra de mistura de raças, religião e gêneros.
Impressão dos alunos quanto à Oficina
Os alunos compreenderam as relações de igualdade e diferenças entre as pessoas. No quesito preconceito e violência na escola (bullying), somos todos iguais perante os olhos de Deus, somos da mesma espécie e teremos o mesmo destino. Já na questão diversidade e gênero, são nossas diferenças que nos tornam interessantes enquanto seres humanos e promovem a geração de indivíduos cada vez mais diferentes. Entenderam que o que pode ser normal para uns, não quer dizer que seja normal para outros e que e ponto principal de toda a oficina foi mostrar que não somos obrigados a aceitar as diferenças, mas sim respeitar todas as formas de amor, estilos, filosofia e formas físicas. No final das contas, a nossa igualdade está no fato de sermos todos diferentes.
SLIDES: PESQUISA SOBRE BULLYING
As perguntas foram aplicadas nos dias 16/06 e 17/06,
em todas as turmas do Ensino Fundamental e Médio,
com a colaboração dos outros professores do colégio.
NÚMERO DE ALUNOS PARTICIPANTES
PERGUNTA 1
GRÁFICO "A" - PERÍODO DA MANHÃ
Conforme é possível observar no gráfico acima, a maioria dos alunos
que estudam nas 7. e 8. séries do Ensino Fundamental, e também
nas turmas de 1., 2. e 3. anos do Ensino Médio, afirma já ter sofrido
algum tipo de preconceito na escola, no percentual de:
- SIM: 59,62%
- NÃO: 40,38%
GRÁFICO "B" - PERÍODO DA TARDE
Já no período da tarde, em que estudam as turmas de 5. a 7. séries,
a quantidade de alunos que afirma já ter sido vítima de algum tipo
de preconceito na escola é ainda maior do que no período da manhã:
- SIM: 71,17%
- NÃO: 28,83%
Ou seja, estudantes de menor idade, com faixa etária entre 11 e 14 anos,
revelaram na pesquisa que são as maiores vítimas de preconceito.
Estes dados mostram a necessidade de um trabalho em sala de aula
de combate às atitudes de preconceito e discriminação na escola,
tanto pelo professor quanto pela equipe escolar, desde as
séries iniciais da vida escolar do aluno.
PERGUNTA 2
GRÁFICO "C" - PERÍODO DA MANHÃ
As colunas representam os dados, em ordem sequencial, das opções:
1 - Abaixo do peso: 13,54%
2 - Acima do peso: 19,79%
3 - Cabelo: 31,25%
4 - Classe social: 6,25%
5 - Religião: 6,25%
6 - Racismo: 12,5%
7 - Homossexualidade: 3,12%
8 - Estilo diferente: 13,54%
9 - Outros: 27,8%*
(*Slides ilustrativos)
Analisando os dados, é possível chegar a uma conclusão assustadora:
78,12% dos alunos participantes da pesquisa revelam que a
aparência é a causa principal do bullying.
Ou seja, a importância que está sendo dada às aparências, ao que é
superficial da pessoa, se destaca inclusive mais do que aspectos
éticos, morais, religiosos ou ideológicos.
GRÁFICO "D" - PERÍODO DA TARDE
1 - Abaixo do peso: 15,82%
2 - Acima do peso: 15,82%
3 - Cabelo: 25,32%
4 - Classe social: 6,96%
5 - Religião: 6,33%
6 - Racismo: 15,82%
7 - Homossexualidade: 0,64%
8 - Estilo diferente: 19,62%
9 - Outros: 27,85%*
(*Slides ilustrativos)
Já no período da tarde, um percentual de 76,58% dos entrevistados
aponta aspectos de aparência como causa principal do bullying:
por ser gordo, margro, ter uma cor ou tipo de cabelo específicos,
ou mesmo por ter um estilo de se vestir e de ser diferenciado,
são vítimas constantes de violência e agressões na escola.
Estes dados mostram que as crianças e adolescentes estão tomando
como referência concepções de valores centralizados apenas no que
vê, possivelmente no que é mostrado e veiculado pela MÍDIA.
Assim, mais uma vez percebe-se a necessidade de trazer para a sala
de aula assuntos que possibilitem aos alunos o contato com novas
concepções de mundo, que os façam analisar VALORES e ATITUDES
essenciais para a convivência diária e a aceitação da igualdade
e diversidade do ser humano.
PERGUNTA 3
GRÁFICO "E" - PERÍODO DA MANHÃ
- 19,79% dos alunos afirma que já teve vontade de parar de estudar
por causa do bullying ou do preconceito sofridos na escola.
- 10,42% afirma que teve o rendimento escolar diminuído.
- A maioria declara que o bullying ou preconceito não intereferiram
na sua vida escolar: 69, 79%.
Aparentemente, o percentual de alunos que se sentiram prejudicados
na escola pode até representar ser baixo, mas se totalizarmos os
30,21% de alunos que disseram ter sido prejudicados por causa de
atitudes de bullying, tanto querendo parar de estudar ou mesmo
passando a ter menor rendimento nas aulas, vemos que são números
realmente preocupantes.
Da mesma maneira se dá o registro dos alunos do período da tarde.
GRÁFICO "F" - PERÍODO DA TARDE
- Dos entrevistados, um total de 33,54% diz que já teve vontade
de deixar de ir à escola devido às situações de bullying.
- 15,19% afirma que o seu rendimento escolar caiu.
- 51,17% revela que o bullying ou preconceito não influenciaram
de forma negativa a sua vida na escola.
Vemos que 48,73% dos alunos mais novos, que estudam no período da tarde,
de 5. e 6. séries (principalmente), mostram que a violência na escola pode
prejudicar muito o seu desenvolvimento e rendimento.
OPÇÃO "OUTROS" - RESPOSTAS DOS ALUNOS
Neste item, os alunos participantes escreveram os apelidos
que costumam receber pelos colegas na escola.
Alguns chegam a ser engraçados, mas todos mostram a maldade
que se revela já muito cedo na vida destes jovens. Quem coloca
apelido pode até se divertir com isso, mas é muito desagradável
ser chamado diariamente por alguns destes nomes:
MATERIAIS ANALISADOS
DURANTE A OFICINA
Os professores Bruno e Geane utilizaram na Oficina "Você = Eu" vídeo clipe da música "Jeremy", de Pearl Jeam,
para iniciar a discussão sobre Bullying. A letra da música e as imagens do vídeo foram fontes para várias análises.
A música "Beautiful, de Cristina Aguilera, foi apresentada como exemplo de Homofobia e colocada em discussão, considerando-se aspectos de diversidade, gênero, tolerância, respeito ao próximo, entre outros tópicos. Por motivos de direitos autorais, o vídeo clipe não pôde ser disponibilizado nesta página, mas pode ser assistido no link: http://www.youtube.com/watch?v=eAfyFTzZDMM.
O clipe da música mostra imagens marcantes de personagens que são vítimas de Bullying e outros tipos de agressão.
Além disso, a letra da música é bastante sugestiva para análise e debate sobre as temáticas em questão.
Abaixo, a cantora faz alguns comentários sobre o trabalho de produção da música.
Para ilustrar exemplos reais de casos de Bullying, foram expostos os vídeos abaixo:
BULLYING
Em seguida, outros vídeos foram sendo expostos para exemplificar o posicionamento da mídia e a reação das pessoas no convívio social, família, trabalho, escola, entre outros, no que diz respeito ao preconceito, homofobia e discriminação. A partir disto, as questões de DIVERSIDADE e IGUALDADE foram confrontadas em debate.
DIVERSIDADE
IMPORTÂNCIA ÀS APARÊNCIAS
PRECONCEITO RACIAL
Esta matéria foi escrita por João Carlos Cascaes, que esteve presente na Oficina "Você = Eu" para fazer as filmagens do trabalho.
O DIREITO DE SER, DE SABER
João Carlos Cascaes - quinta-feira, 23 de junho de 2011
A intolerância cresce à medida que a Humanidade avança em direção à liberdade. Lamentavelmente o fundamentalismo religioso é fortíssimo e fácil de ser estimulado, algo proporcional à ignorância de qualquer povo. O exercício do direito de ser ofende pessoas amantes das gaiolas comportamentais, onde podem ver passarinhos escolhidos e cantando, presos, as músicas que seus captores não entendem.
O Brasil é um país de contrastes. Felizmente temos uma base cultural mais tolerante e as praias, que libertam preconceitos de forma sutil, estimulando exibições e comportamentos arrojados.
O problema da rigidez comportamental cresce, contudo, à medida que nos afastamos dos centros cosmopolitas e dos lugares de lazer. Nesse sentido as novelas fazem um bom papel simplesmente mostrando uma realidade liberal num mundo chique, aí, talvez, a falha de comunicação. Ser é um direito de qualquer um, direito garantido pela Constituição Federal e pelas decisões da ONU e organizações dedicadas aos Direitos Humanos. O problema é que por aqui somos um país das leis que não pegam, sem muito zelo pelo rigor de nossos documentos. Problema ou virtude, de vez em quando a intolerância pode ser um desafio sério, até mortal. O assassino do Realengo matou inspirado em bíblias e crente de que iria para algum paraíso.
Nesse contexto o desafio maior encontra-se nas escolas. Nessa multidão nem sempre esclarecida os colégios (segundo grau), principalmente, são obrigados a colocar questões novas, conceitos modernos e contrariar seitas e religiões milenares.
Independentemente de qualquer coisa é obrigação dos professores educar de acordo com as diretrizes do MEC, soberano sobre as Secretarias de
Educação. Nessas orientações devem ensinar e convencer seus alunos para o respeito à diversidade. Ou seja, nossos mestres carregam uma grande responsabilidade sem grandes salários, que lhes permitam contratar boas bancas de advogados quando acusados pelos mais fanáticos via circuitos legais. Devem, apesar dos riscos, por exemplo, falar e ensinar o que é heterossexualidade, homossexualidade, lesbianismo, liberdade e opção responsável de comportamento sexual, enfim.
E qual é a reação dos pais?
A universalização da educação de Estado no Brasil é fato recente, ainda em desenvolvimento. Os pais das crianças, de modo geral, viveram noutro milênio, com outras prioridades educacionais, afinal passamos pela Terceira Onda produzindo autômatos e enfatizando a disciplina. E agora? Precisamos de inovação, criatividade, competitividade, iniciativa e coragem, como colocar tudo isso na cabeça dos jovens? Educar, que grande desafio!
Sim educar nas condições precárias de nossas escolas, no ambiente inculto e não tão belo das vilas. Fazer de filhos e filhas de famílias humildes cidadãos conscientes, livres e felizes não é tarefa simples.
O desafio de nossos mestres é imenso, e como são tratados?
Os pais dos alunos conhecem a escola dos seus filhos, acompanham as reuniões pedagógicas? Sabem o que é ensinado ou simplesmente se deixam governar por alguma informação eventual dos filhos?
Talvez esteja na hora de trazer os chefes de família para os bancos escolares, ao lado dos filhos. Parece-nos que precisam mais do que seus descendentes de boas aulas e novos comportamentos.
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