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- Linguagem Visual: Cartoons e HQs

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Saved by Geane Poteriko
on March 9, 2014 at 11:59:56 pm
 

 

 Espaço Moodle  /  Recursos  /  Linguagem Visual: Cartoons e HQs


 

 

OS QUADRINHOS COMO MEIO CULTURAL

 

Analisando a linguagem visul como um todo, é imortante lembrar que, em nossa cultura, os filmes e as revistas em quadrinhos são os principais contadores de histórias através de imagens. Todos eles empregam imagens e texto, ou diálogo.

 

Enquanto o cinema e o teatro já constituíram sua reputação e se estabeleceram há um bom tempo, as histórias em quadrinhos continuam lutando para serem aceitas. No entanto, esta forma de arte, depois de mais de um século em uso popular, ainda é considerada como um veículo literário problemático.

 

No século XX, a proliferação do uso de imagens como um fator de comunicação foi intensificada pelo crescimento de uma tecnologia que exigia cada vez menos habilidade de se ler um texto. Na verdade, a leitura visual é uma das habilidades obrigatórias para a comunicação neste século. E as histórias em quadrinhos estão no centro desse fenômeno.

 

A característica visual dos quadrinhos fez com que esse meio fosse associado a um conteúdo editorial simples, direcionado a pessoas de baixo índice cultural. Ou seja, os quadrinhos nunca foram aceitos como uma forma de literatura e de arte.

 

Entre 1965 e 1990, os quadrinhos começaram a procurar um conteúdo literário mais sofisticado. Isso começou com o movimento underground de artistas e escritores criando o mercado de distribuição direta. Isso foi seguido pelo surgimento das lojas especializadas em quadrinhos, que facilitaram o acesso a um maior número de leitores. Foi o começo do amadurecimento do meio.

 

Por último, os quadrinhos procuraram tratar de assuntos que até então haviam sido considerados como território exclusivo da literatura, do teatro ou do cinema. Autobiografias, protestos sociais, relacionamentos humanos e fatos históricos foram alguns dos temas que passaram a ser abordados por esse tipo de meio. As graphic novels como são chamados os (temas adultos) proliferaram e a idade média dos leitores aumentou, fazendo com que o mercado interessado em inovações e temas adultos se expandisse. 

 

Acompanhando essas mudanças, um grupo mais sofisticado de talentos criativos foi atraído para essa mídia e elevou seus padrões. Com o início da década de 90 a “nova alfabetização” ficou mais evidente em nossa cultura e para uma nova geração que cresceu juntamente com a televisão, os computadores e os videogames, processar informações verbais e visuais de vários níveis de uma só vez parece uma coisa natural, até mesmo preferível.

 

 

O PROCESSO DE LEITURA

           DOS QUADRINHOS

 

No século XX o texto impresso perdeu seu monopólio para a comunicação

eletrônica, mais especificamente para os filmes. Por exigir muito pouco

do espectador, o filme transformou a carga de aprender a decodificar e

compreender palavras em uma coisa obsoleta. O público dos filmes

experimenta incontáveis incidentes de duração estabelecida que

imitam a vida, observando uma tela onde situações artificiais

e soluções planejadas integram-se à suas próprias memórias

e experiências da vida real.

 

Os atores tornam-se pessoas reais. O mais importante, assistir a um filme

estabelece um ritmo de aquisição. Isso é um desafio direto para uma folha

estática. Acostumado ao ritmo dos filmes, o leitor fica impaciente com as

longas passagens dos textos porque se acostumou a absorver histórias,

idéias e informações rapidamente, e com pouco esforço, pois conceitos

complexos tornam-se mais simples quando são reduzidos a imagens.

A comunicação impressa como um meio portátil de idéias continua

sendo um meio viável e necessário. 

 

De fato, isso responde ao desafio de uma fusão com a mídia eletrônica.

Uma parceria das palavras com as imagens torna-se uma permuta lógica.

A configuração resultante é a história em quadrinhos e ela preenche um

espaço existente entre o conteúdo impresso e os filmes. Ela é, em todos 

os sentidos, uma forma singular de leitura.

 

O processo de leitura dos quadrinhos é uma extensão do texto. No caso do

texto, o ato de ler envolve uma conversão de palavras em imagens. Os

quadrinhos aceleram esse processo fornecendo as imagens.

 

 

 

CONCEITOS BÁSICOS

 

  • NARRATIVA GRÁFICA:

Uma descrição genérica de qualquer narração que usa imagens para

 transmitir idéias. Os filmes e as histórias se encaixam nessa categoria.

 

  • QUADRINHOS:

A disposição impressa de arte e balões em sequencia,

particularmente como é feito nas revistas em quadrinhos.

 

 

  • NARRADOR: O escritor ou quem controla a narrativa.

 

  • ARTE SEQUENCIAL: Uma série de imagens dispostas em sequencia.

 

 

CONCEITO DE HISTÓRIA

 

História é a narração de uma sequencia de eventos deliberadamente arranjados

para serem contados. Todas as histórias têm uma estrutura que contém início,

meio e fim. O estilo e a maneira de se contar uma história pode variar, mas a

estrutura em si, nunca muda. Para se ter uma história os eventos devem ser

contados de forma ordenada e intencional.

  

IMAGENS ESTEREOTIPADAS

 

No dicionário “estereótipo” é definido como uma idéia ou um personagem que é

padronizado numa forma convencional, sem individualidade. Como um adjetivo,

“estereotipado” se aplica àquilo que é vulgarizado. Apesar dessas definições,

o estereótipo é bastante comum nos quadrinhos. Ele é uma necessidade

maldita – uma ferramenta de comunicação da qual a maioria dos

cartuns não consegue fugir.

 

 

A arte dos quadrinhos lida com reproduções facilmente reconhecíveis da

conduta humana. Seus desenhos são o reflexo no espelho, e dependem de

experiências armazenadas na memória do leitor para que ele consiga

visualizar ou processar rapidamente uma idéia. Isso torna necessária

a simplificação de imagens transformando-as em símbolos

que se repetem.

 

Nos quadrinhos, os estereótipos são desenhados a partir de características

físicas comumente aceitas e associadas a uma ocupação. Eles se tornam

ícones e são usados como parte da linguagem na narrativa gráfica.

 

Ao contrário, nos filmes, há tempo suficiente para desenvolver um

personagem dentro de uma ocupação. Nos quadrinhos, tem-se pouco 

tempo e espaço, portanto, a imagem deve definir o personagem

instantaneamente. Para tanto, a imagem estereotipada nos

quadrinhos requer uma familiaridade com o público e a

percepção de que cada sociedade tem um conjunto

de estereótipos próprios que ela aceita.

  

SIMBOLISMO

 

Da mesma forma que os estereótipos empregam imagens de pessoas que

podem ser facilmente identificadas nos quadrinhos e nos filmes, os objetos

têm um vocabulário próprio na linguagem visual dos quadrinhos. Existem

alguns objetos que têm significado instantâneo numa narrativa gráfica.

Quando são empregados eles oferecem um artifício de narrativa

econômico para o contador de histórias.

 

A vestimenta é simbólica. Ela consegue transmitir instantaneamente a força, o

caráter, à ocupação e a intenção de quem a usa. A maneira como o

personagem a usa também pode transmitir a informação para o

leitor. Nos quadrinhos, assim como acontece nos filmes,

objetos simbólicos não narram apenas, mas ampliam

a reação emocional do leitor.

  

DIÁLOGO E LEITOR

 

Por causa da ausência de som, o diálogo nos balões age como um roteiro para

guiar o leitor ao recitá-lo mentalmente. O estilo do letreramento e a simulação

de entonação são as pistas que habilitarão o leitor a ler o texto com as nuances

emocionais pretendidas pelo narrador. Isso é essencial para a credibilidade das

imagens. Há algumas características de letreramento normalmente aceitas que

simulam o volume e a emoção do texto.

  

HISTÓRIA CINÉTICA

 

Quando o leitor se envolve com a história e está familiarizado com o ritmo e a

ação, podemos esperar sua própria contribuição para o diálogo. O ritmo

conferido pela história permite que o narrador use passagens

sem texto de maneira bem sucedida.

  

A INFLUÊNCIA DOS QUADRINHOS NO CINEMA

 

Muitas vezes, os cineastas encontram nos quadrinhos idéias que podem

ser adaptadas para o cinema. Como não trabalha com tempo real e nem

movimento, o narrador de quadrinhos está livre para inventar e distorcer

a realidade utilizando-se de caricaturas e maquinários que, no mundo real,

nunca funcionariam. O uso de heróis uniformizados nos quadrinhos foi

resultado de uma liberdade inovadora que os autores adotaram

para fugir do confinamento do realismo do teatro e do cinema.

 

 

 

INFLUÊNCIA NACIONAL

 

Historicamente, os filmes americanos, com sua distribuição internacional,

ajudaram a estabelecer os clichês visuais e de história de maneira global.

Os quadrinhos se beneficiaram disso e se utilizaram da sua aceitação.

 

Depois da Segunda Guerra Mundial, cada país começou a desenvolver seu

próprio quadro de talentos de histórias em quadrinhos. Em pouco tempo, os

quadrinhos estavam sendo publicados para as populações de seus respectivos

países. Desenhistas e escritores franceses, italianos, espanhóis, alemães,

mexicanos, escandinavos, japoneses, e muitos outros, começaram a criar

quadrinhos para satisfazer seus próprios leitores com histórias, arte e ícones

que refletiam sua cultura nacional. Isso tem uma grande influencia na narrativa

dos quadrinhos, pois certas imagens estereotipadas conservam um personagem

nacional.

 

Em geral, existe uma forte influência nacional sobre o autor de quadrinhos que

dificulta a criação de imagens com uma intenção deliberada de distribuição

internacional. No entanto, o fato de muitas imagens representarem posturas e

gestos humanos universais há a manutenção da viabilidade da linguagem visual

em todo o mundo.

 

 

 

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