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OS QUADRINHOS COMO MEIO CULTURAL
Analisando a linguagem visul como um todo, é imortante lembrar que,
em nossa cultura, os filmes e as revistas em quadrinhos são os principais
contadores de histórias através de imagens. Todos eles empregam imagens
e texto, ou diálogo.
Enquanto o cinema e o teatro já constituíram sua reputação e se
estabeleceram há um bom tempo, as histórias em quadrinhos continuam
lutando para serem aceitas. No entanto, esta forma de arte, depois de mais
de um século em uso popular, ainda é considerada como um veículo literário
problemático.
No século XX, a proliferação do uso de imagens como um fator de comunicação
foi intensificada pelo crescimento de uma tecnologia que exigia cada vez menos
habilidade de se ler um texto. Na verdade, a leitura visual é uma das
habilidades obrigatórias para a comunicação neste século. E as histórias em
quadrinhos estão no centro desse fenômeno.
A característica visual dos quadrinhos fez com que esse meio fosse associado
a um conteúdo editorial simples, direcionado a pessoas de baixo índice
cultural. Ou seja, os quadrinhos nunca foram aceitos como uma forma de
literatura e de arte.
Entre 1965 e 1990, os quadrinhos começaram a procurar um conteúdo literário
mais sofisticado. Isso começou com o movimento underground de artistas e
escritores criando o mercado de distribuição direta. Isso foi seguido pelo
surgimento das lojas especializadas em quadrinhos, que facilitaram o
acesso a um maior número de leitores. Foi o começo do amadurecimento
do meio.
Por último, os quadrinhos procuraram tratar de assuntos que até então haviam
sido considerados como território exclusivo da literatura, do teatro ou do
cinema. Autobiografias, protestos sociais, relacionamentos humanos e fatos
históricos foram alguns dos temas que passaram a ser abordados por esse tipo
de meio. As graphic novels como são chamados os (temas adultos) proliferaram
e a idade média dos leitores aumentou, fazendo com que o mercado
interessado em inovações e temas adultos se expandisse.
Acompanhando essas mudanças, um grupo mais sofisticado de talentos
criativos foi atraído para essa mídia e elevou seus padrões. Com o início da
década de 90 a “nova alfabetização” ficou mais evidente em nossa cultura e
para uma nova geração que cresceu juntamente com a televisão, os
computadores e os videogames, processar informações verbais e visuais de
vários níveis de uma só vez parece uma coisa natural, até mesmo preferível.
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